Pouco mais de dois anos atrás o jornalismo brasileiro começou a sofrer regulares ataques cardíacos. Também conhecidos como “passaralhos”, essas demissões em massa atingiram grandes empresas como as editoras Globo e Trip e os jornais Folha de S. Paulo e Estadão (do falecido Jornal da Tarde). Então, logo após a morte de Roberto Civita em maio, o tsunami da crise chegou aos costados da Editora Abril. Em junho alguns executivos foram demitidos e a tal “reestruturação” anunciada mostrou sua cara feia nesta semana: foram encerradas as revistas Bravo, Alfa, Lola e Gloss, bem como os sites da revista Contigo e o abril.com.
As mais de 150 demissões previstas por esses dias alcançaram também as redações das revistas Info, Recreio, Contigo, Quatro Rodas, Viagem & Turismo, Placar, Men´s Health, Claudia e Veja, o portal M de Mulher e o site Bebê.com.
“A Abril encara esta fase como parte da evolução natural dos negócios e segue com a missão de difundir a informação, com excelência editorial, pioneirismo e integridade”, afirmou Fábio Barbosa, presidente da Abril S.A., em comunicado oficial & surreal. Claro que nem ele nem outros grandes executivos de empresas jornalísticas explicam como é possível ter excelência editorial com redações muito menores e profissionais sobrecarregados ou ganhando menos.