Criar filhos é um desafio e tanto para os pais. Na correria do dia a dia, muitos acabam adotando certos comportamentos que, embora sejam involuntários, podem ter um impacto negativo nas crianças. Esses hábitos podem influenciar o desenvolvimento emocional e psicológico delas de maneiras que nem imaginamos. Vamos entender melhor quais são esses comportamentos e como evitá-los.
1. Comparar os filhos
Um dos erros mais comuns entre os pais é compará-los. Essa prática, aparentemente inofensiva, pode abalar a autoestima da criança e afetar seu desenvolvimento. Quando os pais puxam a régua e falam que um irmão é mais inteligente ou que a outra é melhor em esportes, isso pode provocar inseguranças.
A psicóloga Raphaella de Martini alerta que essa comparação impede que a criança conheça seu próprio valor. Em vez de se enxergar como é, a criança começa a se definir pelo que os outros são. Isso pode criar rivalidade entre os irmãos e desarmonia na família. Além disso, toda criança deseja o amor dos pais e teme perder essa conexão. Compará-los só aumenta a competição e traz conflitos desnecessários.
2. Pressão por resultados e cobranças excessivas na escola
É normal querer que os filhos se deem bem na escola. Contudo, a pressão deve ser equilibrada. Se os pais exigem notas altas de maneira exagerada, a ansiedade toma conta e pode prejudicar o aprendizado. O que deveria ser um estímulo se torna uma fonte de estresse.
Os pequenos precisam sentir que a escola é um lugar de aprendizado, e não apenas de desempenho. Se cobrar demais gera mais ansiedade do que resultados, é hora de repensar essa abordagem. A pressão excessiva é um dos principais comportamentos que podem traumatizar as crianças.
3. Falta de tempo e pouca socialização com os filhos
A frase “não tenho tempo agora” pode parecer inofensiva, mas a repetição dela pode deixar a criança se sentindo deixada de lado. A psicóloga Ana Carolina afirma que a ausência de tempo do pai ou da mãe pode causar problemas emocionais e até dificuldades de aprendizagem.
Crianças que não recebem a devida atenção tendem a ter dificuldades em socializar e estabelecer limites. Isso pode levar a problemas com a autoconfiança e até com relações futuras. É importante que os pais estejam presentes e se conectem com seus filhos, mesmo que por alguns minutos por dia.
4. Ignorar sentimentos e impor o silêncio
Crescer sem ter espaço para expressar emoções pode ser muito prejudicial. Se a criança é constantemente repreendida por demonstrar seus sentimentos, ela pode aprender que a raiva, a tristeza e a alegria não devem ser sentidas ou mostradas. Essa repressão emocional é outro comportamento que pode traumatizar a criança.
Quando os pais ignoram ou minimizam os sentimentos dos filhos, eles afetam a autoestima e a capacidade de criar relacionamentos saudáveis. É fundamental que os pais ouçam as crianças e as ajudem a lidar com suas emoções de maneira adequada.
5. Prometer algo e não cumprir
Prometer algo e não cumprir traz sérias consequências. Quando isso acontece, a criança sente frustração e começa a desconfiar dos adultos ao seu redor. Isso pode gerar insegurança e prejudicar a confiança nas relações familiares.
A psicóloga Adriana Fernandes destaca que o não cumprimento de promessas compromete o desenvolvimento emocional da criança. Cumprir o que se promete é uma maneira simples de fortalecer a confiança e manter uma relação saudável entre pais e filhos.
6. Não dar privacidade aos filhos
Todos precisam de um espaço para si, e isso vale para as crianças também. Ter um lugar onde possam guardar seus brinquedos e manter alguns segredos é importante para seu crescimento. Quando os pais invadem essa privacidade, podem atrapalhar a formação da personalidade da criança.
O psicólogo Washington Barbosa explica que a falta de privacidade pode levar à pressão sobre a criança, fazendo com que ela se sinta obrigada a atender expectativas que não são suas. Isso é ainda mais complicado quando a exposição acontece nas redes sociais.
7. Desvalorizar desejos e limitar a independência
Frases como “isso é bobagem” ou “você não pode fazer isso” podem ser desmotivadoras. Quando os filhos sentem que suas vontades não são levadas a sério, acabam duvidando de sua própria capacidade. É importante que eles possam explorar e tomar decisões, sempre com orientação.
Respeitar a curiosidade e incentivar a autoconfiança ajuda a criança a sentir-se capaz e responsável. Reforçar suas escolhas, dentro de limites seguros, pode ser muito benéfico para o desenvolvimento emocional.
O que as crianças nunca esquecem
Sabendo sobre esses comportamentos, é essencial destacar que os filhos não precisam de pais perfeitos. O que realmente conta é a presença, a escuta e o afeto. Pequenas mudanças nas atitudes podem fazer toda a diferença para que as crianças cresçam de maneira segura e emocionalmente fortes.
Investir em um relacionamento saudável e afetuoso é fundamental para que os filhos se sintam amados e aceitos. Dessa forma, eles estarão mais preparados para enfrentar os desafios da vida com confiança. Afinal, o que as crianças nunca esquecem é o amor e a atenção que recebem de seus pais.