Filhos de acumuladores enfrentam traumas emocionais e riscos físicos sérios. Especialistas indicam que o impacto dessas experiências pode ser até mais intenso do que o enfrentado por filhos de alcoólatras.

    Um estudo realizado pela HoardingUK mostra que os filhos de acumuladores estão expostos a riscos significativos. Esses riscos incluem problemas emocionais e físicos que podem afetar seu desenvolvimento e vida adulta. A responsável pelo estudo, Megan Karnes, afirma que crescer em um lar desorganizado pode gerar traumas e levar à repetição desse padrão na vida deles.

    Por que filhos de acumuladores correm riscos?

    Megan Karnes comenta que os filhos de acumuladores enfrentam riscos físicos maiores do que os de filhos de alcoólatras. Isso acontece porque, normalmente, essas casas são cheias de objetos, com pouca higiene e podem ter pragas, além de altos perigos de incêndio.

    Esse ambiente afeta o emocional de quem cresce naquele lugar. Os traumas podem ser profundos e, sem o devido cuidado, os filhos podem acabar enfrentando problemas semelhantes na vida adulta. Estar em um lar tão desorganizado e cheio de problemas é mais complicado do que muitos imaginam.

    O que são pessoas acumuladoras?

    De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria, o transtorno de acumulação é caracterizado pela dificuldade em se desfazer de objetos que, à primeira vista, parecem não ter utilidade. A ideia de que esses itens serão necessários no futuro é bastante comum.

    Esse transtorno tem uma prevalência de cerca de 2,6%. É mais frequente em pessoas com mais de 60 anos e aquelas que lidam com problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Essa condição parece ocorrer de maneira semelhante em diversas culturas e gêneros, afetando tanto homens quanto mulheres.

    Transtorno de acumulação: sinais e causas

    Não há uma causa única para o transtorno de acumulação. Geralmente, ele está ligado a fatores emocionais e psicológicos que se desenvolvem ao longo da vida. Segundo o psicólogo José Maria Montiel, um dos principais gatilhos é a ansiedade.

    Com o tempo, a ansiedade pode crescer e, com o envelhecimento, transformar-se em manias. Muitas vezes, a solidão, que atinge vários idosos, intensifica esse comportamento de acúmulo.

    A diferença entre colecionador e acumulador

    Muitas vezes, as pessoas confundem os comportamentos de colecionar e acumular. A Associação Americana de Psiquiatria explica que esses atos são bastante diferentes, tanto na intenção quanto na forma como aparecem no cotidiano.

    Colecionadores escolhem um tema específico, como selos ou moedas, e buscam ampliar seu acervo de forma organizada. Os itens são geralmente preservados e exibidos com orgulho.

    Já para quem tem transtorno de acumulação, a dinâmica é outra. O ato de comprar ou coletar objetos ocorre de maneira impulsiva, movida pela ideia de que esses itens poderão ser úteis no futuro.

    Não há critérios claros. Pode-se acumular de tudo: potes, sacolas plásticas, jornais antigos, objetos quebrados e até lixo. Ao contrário dos colecionadores, essas pessoas não costumam organizar o que guardam, resultando em desordem e comprometendo a funcionalidade do espaço onde vivem.

    Os impactos no desenvolvimento emocional

    O ambiente em que uma criança cresce desempenha um papel fundamental em seu desenvolvimento emocional. Ter pais acumuladores pode levar a dificuldades em estabelecer relações sociais, já que o lar não oferece um espaço seguro e acolhedor.

    Isso pode resultar em inseguranças e traumas. Muitas vezes, esses filhos se sentem envergonhados de trazer amigos para casa devido ao estado em que a residência se encontra. O medo do julgamento pode levar a um isolamento social, o que agrava ainda mais a situação.

    Como as crianças podem ser afetadas?

    Crianças que crescem em lares com acúmulo podem internalizar a desordem. Isso pode refletir-se em sua capacidade de gerenciar seus próprios espaços e objetos, levando a problemas de organização na vida adulta. Com o tempo, podem também desenvolver comportamentos obsessivos ou compulsivos, já que aprendem que acumular é um jeito de lidar com a ansiedade e a insegurança.

    Os impactos emocionais podem incluir depressão, pessoas se sentindo sobrecarregadas ou sem controle sobre suas vidas. Com isso, inteligência emocional e habilidades sociais podem ser prejudicadas, criando um ciclo vicioso difícil de romper.

    A importância do apoio e tratamento

    Identificar e reconhecer o problema é o primeiro passo para ajudar. O apoio profissional é essencial tanto para os acumuladores quanto para seus filhos. Assim, é fundamental buscar terapia ou grupos de apoio que possam ajudar a melhorar a dinâmica familiar.

    Tratamentos com psicólogos e psiquiatras podem oferecer ferramentas e estratégias para lidar com o comportamento de acumulação e suas consequências. A terapia familiar, por exemplo, pode ser muito efetiva, ajudando na comunicação e em como lidar com as emoções.

    Conclusão: as consequências do acúmulo

    Viver em um ambiente caótico não é fácil. Para aqueles que crescem ao lado de acumuladores, as consequências podem ser devastadoras. Além de enfrentar riscos físicos, a carga emocional pode ser imensa e deixar cicatrizes que demoram a sarar.

    Por isso, é fundamental criar consciência sobre esse problema e buscar ajuda. O apoio pode mudar vidas e transformar a relação que essas crianças têm consigo mesmas e com os outros.

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