Despedidas: Entre o Adeus e o Até Já

    Despedidas nunca são fáceis. Entre silêncios que machucam e abraços que são para sempre, refletimos sobre o amor, o tempo e a coragem de deixar ir.

    Despedidas são momentos difíceis. Algumas são só partidas, outras, emocionantes e memoráveis. Já parou para pensar na sua coragem para enfrentar isso? Como você se sente em relação às despedidas?

    Eu já vi muitas despedidas. Uma que nunca vou esquecer é a do meu pai dizendo adeus ao avô dele. Essa cena ficou gravada em mim. É uma tristeza tão grande que palavras não conseguem descrever. Meu pai, que é meu herói, se despediu do herói dele.

    Presenciei amigos se despedindo de seus filhos, e isso é uma dor sem igual, pois é contra a natureza da vida. Recentemente, estive com minha melhor amiga quando ela se despediu da mãe. Dói demais!

    A gente até sabe que, em determinados momentos, a vida cuida de quem precisa descansar. Mas é estranho, porque no fundo, o que queremos é ter aquela pessoa por perto, mesmo que não seja mais como antes. É difícil não sentir esse apego.

    Se você parar para pensar, estamos sempre dizendo adeus, mesmo que em pequenas doses. Mas, quando a despedida é “oficial”, parece que deixa uma marca irreparável.

    Crescemos ouvindo que o tempo cura tudo. Mas quem fala isso talvez nunca tenha passado por uma dor profunda. Vocês já ouviram isso? Eu, sinceramente, discordo. É como se alguém dissesse que um ferimento enorme desaparece só com o passar dos dias.

    Uma escritora que admiro muito, Martha Medeiros, disse que “o tempo não cura tudo. Ele apenas tira o incurável do centro das atenções”. Perfeito! Grito isso sempre que posso.

    Despedidas são atos de coragem. Não importa quantas vezes você passe por elas, a dor sempre estará lá. Cada despedida é um luto: do que foi, do que poderia ter sido e até do que nunca será. E, mesmo que o tempo passe, existem silêncios que nunca conseguem ser preenchidos.

    Tentei ensinar meu filho a celebrar a vida em vez de focar na partida. Não é fácil, e, por mais que queiramos ser otimistas, a dor é real.

    Hoje, ao escrever isso, meu filho veio até mim e disse: “Você me ensinou que a gente não chora a partida, mas sim celebra a vida.” Mas, como explicar a ele que o vazio do peito dói?

    Escrevo com o coração apertado. Despedidas, por mais que tentemos entender, sempre criam lutos. E entre lágrimas escondidas e abraços longos, sigo aqui, tentando compreender que amar inclui também saber deixar ir.

    Talvez você já tenha vivido aquela despedida que muda tudo ao seu redor. Um abraço que dura um instante, mas que parece eterno. A sensação de que um pedaço de você está indo embora. Fica aquele vazio, aquela pausa no tempo e a lágrima que escorre sem aviso.

    A gente tenta ser forte, tenta ser racional. Mas, no fundo, só queria mais tempo. Mais um instante. Mais uma conversa.

    A despedida, afinal, é um ato de fé. Fé no reencontro, fé em novos começos e na ideia de que a dor pode se tornar uma aprendizagem. E mesmo que o tempo não cure tudo, porque não cura, ele nos ensina a seguir em frente.

    Com um fardo mais leve, talvez. Mas com mais autenticidade.

    E, na minha despedida de hoje, além de reflexões, deixo um simples “até já”, como tantas outras despedidas emocionantes que vivi.

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