Os pesquisadores realizaram um estudo com 59 pessoas para entender como diferentes sons afetam a concentração durante a resolução de problemas matemáticos. O foco foi descobrir qual som é mais perturbador, e o resultado foi que o choro de bebê se destacou.
Os participantes foram expostos a vários tipos de sonoridades durante a pesquisa. Além do choro de bebê, eles ouviram adultos conversando, o barulho de uma serra elétrica emperrada, choro de crianças mais velhas, adultos fazendo “manha” e até momentos de silêncio.
Os resultados mostraram que o choro infantil foi o que mais atrapalhou os participantes em suas atividades. De fato, a taxa de erros aumentou, duplicando em comparação com os outros sons testados. Essa descoberta está ligada a uma “sensibilidade auditiva” natural, que provoca uma resposta instintiva dos adultos ao pedido de atenção de uma criança. O curioso é que tanto homens quanto mulheres foram igualmente afetados, e não importou se eles tinham filhos ou não.
Essa pesquisa não é a primeira a abordar o incômodo causado pelo choro de bebê. Em 2007, um professor da Universidade de Salford, no Reino Unido, fez um levantamento dos sons mais desagradáveis do mundo. O choro de bebê ocupou a terceira posição nessa lista, ficando atrás apenas do ruído de vômito e do chiado de microfone.
A lista dos sons mais insuportáveis revelou que muitas pessoas acham o choro de bebês mais perturbador do que barulhos como a serra elétrica. Essa percepção é compartilhada entre muitas pessoas, e a grande maioria pode confirmar isso em suas próprias experiências.
Dentre os sons avaliados na pesquisa do professor Trevor Cox, temos:
1. Vômito.
2. Ruído de estática de microfone.
3. Choro de bebê.
4. Trem passando nos trilhos.
5. Metal ressoando.
6. Violino desafinado.
7. Flatulência.
8. Pessoas discutindo.
9. Zumbido em alto-falantes.
10. Mastigação de boca aberta.
11. Unhas arranhando um quadro.
Com isso, fica claro que o choro de bebê é reconhecido por sua capacidade de causar desconforto, tornando-se um barulho extremamente difícil de ignorar. Isso pode ser explicado pela relação instintiva que os seres humanos têm com as crianças. Mesmo aqueles que nunca foram pais sentem essa necessidade de prestar atenção ao choro de uma criança.
Em termos práticos, isso significa que o choro de bebê não é apenas um barulho, mas uma chamada de atenção que os adultos respondem de maneira quase automática. Esse aspecto foi analisado na pesquisa e ajudou a entender melhor o impacto que os sons têm sobre as pessoas no dia a dia.
Além disso, a pesquisa evidencia que, independentemente do contexto, o choro de bebê mobiliza uma reação intensa nas pessoas. Esse controle emocional que o som provoca pode ser tanto positivo quanto negativo. Quando um bebê chora, a ação imediata geralmente é de tentar acalmá-lo.
Vale mencionar que pessoas em diferentes contextos, como em ambientes de trabalho ou em casa, podem ter suas concentrações comprometidas quando expostas a esse tipo de som. Isso pode, inclusive, afetar a produtividade e o bem-estar das pessoas.
Por fim, os sons que tornam o ambiente propício para o trabalho e convivência têm sido cada vez mais estudados. O choro infantil, portanto, entra para essa lista de sons que exigem atenção imediata. Ao reconhecer o impacto que certos barulhos podem causar na rotina das pessoas, fica mais fácil entender como lidar com situações que envolvem crianças.
Esse entendimento pode contribuir para que pais e cuidadores desenvolvam ferramentas que ajudem a acalmar as crianças em momentos de angústia, minimizando, assim, o impacto causado pelo barulho e a consequente desconcentração nos ambientes ao redor. No final das contas, o que importa é garantir que todos, desde os mais pequenos até os adultos, consigam se comunicar e se entender, mesmo em meio ao barulho que pode ser desafiador.