Na hora de decidir onde investir, muitas pessoas ficam em dúvida entre aplicar em CDB ou deixar o valor guardado na tradicional poupança. Ambos são investimentos de renda fixa e contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura proteção até o limite vigente por CPF e instituição. No entanto, a rentabilidade, a liquidez e a tributação desses dois produtos financeiros são bem diferentes.

    Por isso, antes de escolher entre CDB ou poupança, é indicado entender como funciona cada aplicação e quais são suas vantagens e desvantagens. Conhecer as regras de rendimento, os prazos de resgate e os impostos que incidem sobre os ganhos pode fazer toda a diferença nos resultados a longo prazo.

    Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.

    O que é CDB e como funciona?

    O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa emitido por bancos. Ao investir em um CDB, você está basicamente emprestando dinheiro à instituição bancária, a qual, em troca, promete pagar uma determinada rentabilidade após um período combinado.

    Existem diferentes tipos de CDBs: prefixados (com rendimento definido no momento da aplicação), pós-fixados (que rendem um percentual do CDI, principal taxa de referência dos investimentos de renda fixa) e híbridos (que combinam uma taxa fixa com variação de inflação).

    A rentabilidade do CDB costuma ser mais atrativa do que a da poupança, principalmente em produtos com maior prazo ou emitidos por instituições financeiras de menor porte, que oferecem taxas mais altas como forma de captar recursos.

    Como funciona a poupança?

    A poupança é um dos investimentos mais tradicionais do Brasil, muito popular por sua simplicidade, isenção de imposto de renda e liquidez imediata. Ela rende conforme regras definidas pelo Banco Central:

    • Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial);
    • Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a rentabilidade é de 70% da Selic + TR.

    Por ter rendimento limitado e regras específicas de correção mensal (aniversário da aplicação), a poupança costuma oferecer retorno inferior ao de outros investimentos de renda fixa.

    CDB x Poupança: Comparação da rentabilidade

    Historicamente, o CDB oferece rentabilidade superior à da poupança, principalmente quando atrelado a um percentual do CDI acima de 100%. Por exemplo:

    • Um CDB que paga 110% do CDI pode render cerca de 1,15% ao mês (considerando CDI atual em torno de 1,05% ao mês);
    • A poupança, por outro lado, com a Selic atual acima de 8,5%, continua rendendo 0,5% ao mês + Taxa Referencial , o que raramente ultrapassa 0,6% ao mês.

    Ou seja, mesmo descontando os impostos, o CDB costuma superar a poupança em termos de rentabilidade líquida, principalmente em prazos mais longos.

    Tributação: Impostos em cada investimento

    Um dos principais diferenciais entre os dois investimentos está na incidência de impostos. A poupança é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas, já o CDB está sujeito à tabela regressiva do Imposto de Renda, que varia conforme o prazo de aplicação:

    • 22,5% até 180 dias;
    • 20% de 181 a 360 dias;
    • 17,5% de 361 a 720 dias;
    • 15% acima de 720 dias.

    Ou seja, quanto maior o prazo de permanência no CDB, menor será o imposto sobre os rendimentos.

    Liquidez e prazos de resgate

    A liquidez é outro fator importante na comparação. A poupança tem liquidez diária, mas o rendimento é creditado apenas uma vez por mês, na data de aniversário da aplicação. Se o dinheiro for retirado antes dessa data, o investidor perde o rendimento proporcional aos dias não completados até o aniversário da aplicação.

    Já o CDB pode ter liquidez diária ou com vencimento fixo. Os CDBs com liquidez diária permitem resgates a qualquer momento (geralmente após 1 dia útil), enquanto os de prazo fixo só podem ser resgatados no vencimento.

    Ao comparar, fica claro que o CDB tende a oferecer melhores retornos, principalmente para investidores dispostos a deixar o dinheiro investido por prazos mais longos. Já a poupança pode ser vantajosa pela simplicidade e isenção de impostos, mas perde em rentabilidade na maioria dos cenários. 

    Em todo caso, é essencial considerar a liquidez necessária, a tributação envolvida e o perfil de risco de cada pessoa antes de decidir.