Santa Catarina está passando por um momento preocupante em relação à violência sexual contra crianças e adolescentes. Em agosto de 2025, o estado registrou cinco denúncias, sendo que a maioria delas aconteceu depois que o influenciador Felca postou um vídeo abordando a exploração de menores.
Até meados de agosto deste ano, foram contabilizadas 12 denúncias de violência sexual online. Este número já supera os nove casos registrados ao longo de todo o ano passado. Ou seja, a situação está se agravando e merece atenção.
No mês de agosto, cinco denúncias foram feitas, e quatro delas surgiram após o dia 6. Isso mostra que a repercussão do vídeo de Felca, que discute a erotização de menores, teve um papel significativo nesse aumento. Para se ter uma ideia, essas cinco denúncias representaram 33% do total de relatos feitos até agora em 2025.
Se a gente comparar os números, percebe-se um crescimento evidente. Em maio, houve apenas uma denúncia. Em junho, o cenário se manteve com uma denúncia. Já em julho, quatro casos foram reportados, e em agosto houve uma explosão com cinco denúncias. Vale destacar que, no ano passado, agosto não teve registro de nenhuma denúncia.
### Mudanças na Lei
A repercussão do vídeo de Felca, que já passou de 44 milhões de visualizações, também teve um impacto importante no cenário legislativo. Motivada por essa mobilização, a Câmara dos Deputados aprovou de forma urgente o Projeto de Lei 2.628/2022.
Essa proposta, agora a caminho do Senado, traz diversas medidas para proteger as crianças no ambiente digital. Entre as novas regras, está a obrigatoriedade de vincular contas de menores a responsáveis legais. Isso significa que, ao criar uma conta, é preciso que um adulto esteja ciente e de acordo.
Além disso, o projeto prevê sistemas confiáveis para verificar a idade dos usuários e canais acessíveis para que as vítimas de abuso possam denunciar de forma rápida e segura. A discussão sobre “adultização”, que ganhou destaque com a fala de Felca, finalmente está recebendo a atenção que deveria, acelerando essa resposta legislativa que estava parada há anos.
### Como Denunciar
Para quem se depara com situações de violência sexual ou conhece alguém que esteja passando por isso, é importante saber que existem meios de denúncia disponíveis. O Disque 100 é um serviço gratuito e anônimo do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ele funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e é essencial para relatar violações dos direitos humanos. Isso vale especialmente para crianças e adolescentes, que são grupos vulneráveis.
Além do Disque 100, denúncias podem ser feitas diretamente ao Conselho Tutelar. Também é possível informar ao Ministério Público, à Polícia Civil ou em delegacias especializadas. É fundamental que essas instituições tenham conhecimento dos casos para que ações possam ser tomadas.
Se o caso de violência ou exploração envolve conteúdo abusivo publicado em redes sociais, é possível realizar a denúncia diretamente na plataforma. Cada rede social tem mecanismos específicos para reporte, que ajudam a agir rapidamente contra esse tipo de abuso.
### A Importância da Mobilização
A mobilização social em torno desse tema é essencial. O vídeo de Felca não apenas chamou a atenção para a questão da adultização, mas também teve um efeito cascata, gerando denúncias e movimentos em prol de uma legislação mais rigorosa.
A conscientização sobre esse tipo de violência é fundamental. Muitas vezes, as vítimas não se sentem seguras para denunciar. Por isso, campanhas de esclarecimento e apoio são tão necessárias. A sociedade precisa estar alerta e unida para proteger as crianças e adolescentes, garantindo que suas vozes sejam ouvidas.
Esse aumento nas denúncias pode ser um sinal de que as pessoas estão mais conscientes e dispostas a combater essa problemática. A luta contra a violência sexual infantil é de todos. Cada um de nós pode fazer a diferença, seja divulgando informações, seja ajudando as vítimas a encontrar o apoio que precisam.
### Conclusão
Com a recente mobilização gerada pelo vídeo e a aprovação de novas medidas legislatórias, espera-se que o cenário de violência sexual contra crianças e adolescentes melhore. O foco está na proteção e no amparo, para que nenhuma criança tenha de passar por situações de abuso ou exploração.
A responsabilidade sobre esse tema é coletiva. Comunidades, escolas, famílias e instituições têm um papel importante nessa luta. Se houver algum sinal alarmante ou suspeita, o melhor caminho é agir, denunciar e proteger as nossas crianças. Juntos, podemos criar um ambiente mais seguro e acolhedor para todos.