Caro(a) leitor(a),
O Carnaval já passou! Depois da animação e da alegria da marchinha “Máscara Negra”, que foi feita por Zé Keti e Pereira Matos, lembramos da famosa interpretação de Dalva de Oliveira. O refrão que diz: “Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é Carnaval” ecoa na memória. Mas agora, todos enfrentam a famosa ressaca pós-folia.
Recentemente, falamos sobre como os relacionamentos estão mudando por várias razões. A gente percebe que, hoje em dia, é mais fácil trocar de parceiro, em vez de lutar para fazer as coisas funcionarem. Para dar certo, é preciso carinho, paciência, boa vontade e, sim, um certo esforço. E quando chega o Carnaval, então?
Essa “ressaca” de quem já não está mais no clima da festa traz à mente outra canção famosa: “Camisa Amarela”, que Ary Barroso escreveu em 1939. Este samba é muito conhecido e tem uma melodia que fica na cabeça. A letra é nostálgica e divertida. A canção fala de uma mulher que conta as travessuras do parceiro em uma festa de Carnaval. E ele exagerou um pouco na bebida e aprontou algumas.
A música foi gravada por grandes artistas como Carmen Miranda e Gal Costa. A letra é bem humorada, mas também traz uma pitada de tristeza. Fala sobre a ressaca emocional de quem vive intensamente essa festa, mas depois tem que lidar com as consequências.
Quando chega a Quarta-feira de Cinzas, a empolgação acaba e a realidade volta. Nesse momento, a gente costuma refletir: será que tudo o que deixamos para trás realmente não tem valor? Ou será que, no fundo, a distância nos ajuda a perceber a importância das pessoas e das experiências que vivemos? Na letra da música, a protagonista tenta recuperar o que talvez tenha perdido:
“Convidei-o a voltar pra casa
Em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
Desapareceu no turbilhão da galeria.”
O Carnaval é assim mesmo. A gente se entrega, se perde na folia e, às vezes, só depois percebe o que realmente faz diferença. Quando a festa acaba, vem a ressaca física e emocional, e junto com ela surge a pergunta: o que ficou para trás deve ser esquecido de vez? Uma parte da música diz:
“Pegou a camisa, a camisa amarela
E botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
E ele é pra mim.”
Queimar a camisa simboliza querer apagar tudo o que foi intenso demais e deixar pra trás o que já não vale mais. Mas será que isso é a solução? Nem sempre funciona assim. Às vezes, é quando nos afastamos que encontramos as respostas certas. O silêncio pode nos mostrar que algumas pessoas, mesmo raras, são realmente especiais e fazem falta. O melhor é querer que essas pessoas voltem, sem precisar de folia. Sem toda aquela bagunça, fica mais fácil, não é?
Então, ao pensar nessa transição da marchinha alegre para o samba expressivo, percebemos que essa semana é a que realmente marca o início do nosso ano. Para nós, brasileiros, é o momento de colocar a casa em ordem e seguir em frente com as nossas vidas após esse período de festa.
Depois desse tempo de celebração, é hora de refletir sobre tudo o que vivemos durante o Carnaval. O que tinha de bom, o que foi divertido e até mesmo as situações embaraçosas. A gente pode tirar lições valiosas disso tudo. Muitas vezes, as melhores lembranças surgem dos momentos mais inesperados. A vida, assim como o Carnaval, é cheia de surpresas.
A gente deve lembrar que, após cada folia, vem a parte real da vida. Depois de um feriado tão intenso, é necessário olhar para frente e, caso tenha perdido algo ou alguém que faz falta, é bom avaliar se vale a pena tentar recuperar. Aceitar a realidade pode ser doloroso, mas é um passo importante para seguir adiante.
Os relacionamentos, sejam eles amorosos ou de amizade, também passam por mudanças. O Carnaval pode ter sido uma possibilidade de reconexão, mas a realidade nos lembrou que, às vezes, o que fica é só a lembrança. Não tem problema em sentir saudade, isso é normal. O que importa é saber se essa saudade é sinal de que vale a pena investir em algo novo.
A música “Camisa Amarela” nos ensina a lidar com as marcas que o Carnaval pode deixar. Mesmo depois de uma festa incrível, o que fica são as memórias e as lições. O perdão, o reencontro e até a reconciliação podem fazer parte dessa trajetória. Pode ser que você se lembre de alguém e sinta a necessidade de entrar em contato.
Além disso, a clareza que vem após a folia nos ajuda a perceber o que realmente temos ao nosso redor. O Carnaval nos ensina a celebrar, mas também a valorizar o que é importante e verdadeiro. A vida não é feita apenas de festas, mas de relacionamentos valiosos, que devem ser cultivados com carinho.
E assim seguimos, com as lembranças do Carnaval e a perspectiva de um ano cheio de possibilidades. A ressaca pode ser difícil, mas é um sinal de que vivemos intensamente. Que as músicas dessa época nos façam refletir e nos inspirem a buscar sempre o que pode nos fazer felizes e completos.
No final das contas, o mais importante é saber fazer um balanço do que ficou após essa experiência de vida. O Carnaval é uma grande festa, mas também uma oportunidade para refletirmos sobre nossas relações e o que podemos fazer para mantê-las saudáveis. Então, que venha o ano com suas novas histórias, aprendizados e, por que não, com novas festas!