Ela tinha quase tudo: uma carreira de sucesso, um casamento estável com uma vida sexual ativa, filhas e um cachorro. Mas e se o desejo dela fosse além de tudo isso? O que acontece quando a fantasia invade a vida real? O filme “Babygirl”, com a incrível Nicole Kidman no papel principal, chamou atenção por não ser apenas mais um romance proibido. Ele fala sobre desejo, poder e os segredos que todas nós, mulheres, guardamos.

    A sinopse do filme diz: “Uma CEO arrisca sua carreira e sua família ao começar um romance intenso com um estagiário.” Porém, “Babygirl” vai muito além, propondo perguntas interessantes. Será que essa relação serve como uma forma de escapar de um casamento que se tornou monótono?

    Fazendo uma pausa, é bom pensar: será que em algum momento da vida, todos já não se sentiram assim?

    A trama pode ser também um jeito dela reafirmar seu poder. Ou uma fantasia de estar com alguém mais jovem e com uma dinâmica diferente, onde ela assume outra posição. Pode ainda ser um ato de libertação e empoderamento.

    Por isso, trago aqui três pontos de reflexão que sempre surgem nas minhas conversas na clínica e também na plataforma “Sexo sem Dúvida”.

    Babygirl e a Sexualidade Feminina

    O filme aborda um tema que ainda é cercado de tabus: a sexualidade da mulher mais velha. Isso é especialmente relevante quando essa mulher é casada e mãe. Enquanto o desejo masculino é amplamente retratado em filmes, a autonomia sexual da mulher aos 40, 50, ou até 60 anos, é vista como algo fora do comum.

    Por que o prazer feminino precisa ser justificado? Quando uma mulher que é heterossexual rompe barreiras sociais, por que a condenação é mais pesada do que se fosse um homem nessa situação? E por que a maternidade é usada como justificativa para os desejos das mulheres, mesmo quando essa não é a questão principal?

    Poder e Desejo nas Relações de Trabalho

    Outro ponto interessante é a inversão de papéis. Em muitas histórias, homens mais velhos e influentes se envolvem com mulheres jovens e isso é normalizado. Contudo, quando a protagonista é uma mulher que ocupa a posição de poder, a narrativa ganha um julgamento moral diferente.

    “Babygirl” provoca questionamentos a respeito de quem realmente controla a relação. A CEO busca apenas um escape ou está tentando reafirmar sua posição? O estagiário é um parceiro no jogo da sedução e dos fetiches, ou ele simboliza a juventude que ela tem medo de perder?

    Fetiches e Vida Secreta

    Todos nós temos nossa vida pública, privada e uma vida secreta. O filme explora essas camadas, mostrando que por trás das aparências, todo mundo carrega desejos que não são revelados. Mas até que ponto essas fantasias devem ser realizadas? Nem tudo que se sonha precisa ser colocado em prática. Às vezes, algumas fantasias existem exatamente porque não podem ser vividas.

    E você, já teve um convite inusitado ou algo que te fez pensar no que realmente deseja?

    Conclusão

    “Babygirl” vai além de um simples romance. Ele oferece uma reflexão profunda sobre a busca pelo desejo e o impacto das socializações em relações de poder. O filme mostra as complexidades das mulheres que, mesmo com uma vida aparentemente perfeita, enfrentam conflitos internos relacionados a sua identidade e suas vontades.

    O que o filme nos ensina é que o desejo feminino não deve ser reprimido ou escondido. Ele deve ser reconhecido e aceito, independentemente da idade ou do papel que a mulher desempenha na sociedade. A sexualidade não tem data de validade e merece ser vivida plenamente e sem julgamentos.

    Além disso, o filme traz à tona a conversa em torno do empoderamento feminino. A luta pela autonomia nas relações está cada vez mais presente na vida contemporânea. As mulheres estão se permitindo viver seus desejos e se libertar das amarras que a sociedade impõe.

    Uma cena marcante de “Babygirl” ilustra essa ideia: a protagonista decide não mais se contentar com o que tem e busca novas experiências que a façam sentir viva. Isso serve como um alerta para que todas as mulheres entendam que é possível, sim, buscar e viver seus desejos, sem se preocupar tanto com o olhar crítico da sociedade.

    Em suma, “Babygirl” é um convite à reflexão acerca da vida, do desejo, do poder e, principalmente, da liberdade que cada mulher deve ter para viver sua sexualidade de forma plena. E que, mesmo com todos os papéis que desempenhamos, o que importa é a nossa felicidade e a nossa satisfação pessoal. É um aviso para que se olhem no espelho e façam uma pergunta fundamental: “O que eu realmente quero?”

    As discussões sobre sexualidade, poder e desejos continuam essenciais, principalmente em um mundo onde as mulheres lutam constantemente por seus direitos. Ensinar que liberdade sexual é um aspecto da saúde mental e da autoestima é um passo importante. Afinal, a voz da mulher deve ser ouvida e valorizada.

    Por tudo isso, “Babygirl” traz à tona questões que são relevantes e que podem ajudar muitas mulheres a se sentirem representadas e compreendidas. O filme, com sua profundidade e leveza, traz uma nova perspectiva sobre a vida das mulheres e os desejos que muitas vezes ficam escondidos atrás de sorrisos e rotinas.

    É um lembrete de que a busca pela felicidade e pelo prazer é válida em qualquer fase da vida e que cada uma deve ter o direito de explorá-los de maneira autêntica e sincera. Portanto, não hesite em se perguntar: “O que eu quero para mim?” Essa é uma das chaves para a felicidade plena.

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