Nas últimas semanas, a suspensão do atacante Gabriel Barbosa, do Flamengo, caiu como uma bomba no futebol brasileiro. Este não foi um caso de doping no esporte, porém a punição de dois anos mostra o quanto as regras e protocolos antidopagem são rigorosos, inclusive para quem “tenta” burlar.

    Como os torcedores e usuários de apostas esportivas observaram com essa polêmica, o doping desperta discussões acaloradas e levanta questões éticas, morais e de saúde pública.

    O doping trata do uso de substâncias proibidas ou métodos não éticos para melhorar artificialmente o desempenho atlético. Este fenômeno tornou-se uma preocupação nos tempos modernos, com o aumento da competitividade e da pressão por resultados cada vez maiores.

    Um dos casos de doping mais famosos na história do esporte é o do estadunidense Lance Armstrong. Ele era considerado um dos maiores ciclistas da história, heptacampeão do Tour de France, a mais prestigiada competição de ciclismo do mundo.

    Em 2012, após investigação da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), Armstrong foi oficialmente denunciado por doping sistemático ao longo da carreira. Ele foi acusado de usar substâncias proibidas, transfusões sanguíneas e outros métodos para melhorar o desempenho durante as competições.

    Armstrong foi banido permanentemente do ciclismo profissional e seus títulos foram revogados. Além disso, ele enfrentou uma série de consequências legais, incluindo processos judiciais e a perda de patrocínios.

    Outro caso que abalou a credibilidade do esporte foi dos atletas olímpicos da Rússia. Este caso envolveu um esquema de doping institucionalizado que foi revelado em 2015 e teve sérias consequências no cenário esportivo internacional.

    O escândalo começou a ganhar destaque quando um relatório da Agência Mundial Antidoping (WADA) foi publicado em 2015. O material revelou um amplo programa de dopagem envolvendo atletas russos em diversos esportes, incluindo atletismo, levantamento de peso, natação e muitos outros.

    O relatório indicava que o governo russo e autoridades esportivas estavam envolvidos em um esquema de doping em larga escala. Isso incluía a manipulação de amostras de urina dos atletas, substituição de amostras contaminadas por amostras limpas e o encobrimento sistemático dos casos.

    O escândalo de doping na Rússia teve consequências duradouras para o esporte russo. Mais de 100 atletas russos foram banidos de competições internacionais, incluindo as Olimpíadas.

    Quem fez aposta em basquete nos Jogos de Tóquio, em 2021, deve se lembrar que os atletas russos autorizados a competir “defendiam” a bandeira neutra “ROC” (Comitê Olímpico Russo).

    História e evolução do doping

    Embora o termo tenha se popularizado no século XX, as origens do doping remontam aos tempos antigos, onde atletas consumiam várias substâncias, como cogumelos alucinógenos, para melhorar seu desempenho em competições.

    No entanto, foi apenas no século XX que isso se tornou uma preocupação sistêmica, especialmente com o surgimento de novas drogas e métodos para melhorar o rendimento esportivo.

    O doping abrange uma ampla gama de substâncias e métodos proibidos. Entre as substâncias mais comuns estão os esteroides anabolizantes, hormônios de crescimento, estimulantes, diuréticos e agentes mascarantes, utilizados para encobrir a presença de outras substâncias.

    Além disso, há métodos como a transfusão de sangue, onde o atleta recebe uma infusão de sangue próprio ou de terceiros para aumentar os níveis de oxigênio no sangue e melhorar o desempenho.

    Impacto no esporte e na sociedade

    O doping não afeta apenas os atletas envolvidos, mas também tem impacto significativo no esporte e na sociedade como um todo, como já mostramos nos exemplos de Lance Armstrong e do escândalo envolvendo a Rússia.

    Ele mina a integridade e credibilidade das competições, pois os resultados obtidos artificialmente não refletem o verdadeiro talento e esforço dos atletas. Isso cria uma atmosfera de desconfiança e cinismo entre os fãs e espectadores do esporte.

    Além disso, o doping no esporte pode ter sérias consequências para a saúde dos atletas. O uso de substâncias, como esteroides anabolizantes, pode causar uma série de efeitos colaterais, incluindo danos ao fígado, problemas cardiovasculares, distúrbios hormonais e até mesmo câncer.

    Combate ao doping

    Para combater a dopagem, foram estabelecidas várias organizações e agências, como as já citadas Agência Mundial Antidoping (WADA) e a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA).

    Elas são responsáveis por desenvolver e implementar políticas antidoping, realizar testes e investigar casos suspeitos.

    Além disso, foram adotadas medidas mais rigorosas para punir os atletas pegos. As punições podem variar desde suspensões temporárias até a desqualificação permanente de competições, dependendo da gravidade da violação e do histórico do atleta.

    Este é um problema complexo e multifacetado, que levanta questões éticas, morais, de saúde e de integridade esportiva. Embora haja progressos significativos, ainda há muito trabalho a ser feito para erradicar essa prática do esporte.

    É essencial que atletas, treinadores, dirigentes e autoridades trabalhem juntos para acabar com o doping no esporte e promover competições limpas, onde os atletas sejam incentivados a alcançar seu máximo potencial por meios legítimos e saudáveis.