Você já sentiu saudade de si mesmo? Essa sensação pode realmente ser um divisor de águas na nossa vida. Vou contar como uma viagem sozinha me ajudou a reencontrar comigo mesma e a entender essa saudade.
Às vezes, estamos tão cercados de pessoas que esquecemos de nós mesmos. Essa correria do dia a dia nos consome. Você já parou para pensar quando foi a última vez que esteve verdadeiramente junto de si? É uma reflexão importante.
Faz pouco mais de dois anos que eu fiz minha primeira viagem sozinha. E não foi a trabalho, foi de férias mesmo, algo raro na minha vida. O que mais impressiona é que não planejei essa viagem. Ele surgiu como uma oportunidade de coragem e, acredita, fui de cabeça!
E ali estava eu, sozinha em um avião sobrevoando o Atlântico. Estava disposta a descobrir coisas novas, encontrar amigos queridíssimos, fazer novas amizades e, principalmente, passar um tempo comigo. O coração batia acelerado, e eu não sabia se estava animada ou com medo. A verdade é que esse medo apareceu porque eu realmente me importava.
Os dois primeiros dias na viagem foram meio estranhos. Eu sentia como se não fizesse algo assim há tempos. Era um reencontro com a saudade de mim mesma. Mas, depois desse período inicial, algo dentro de mim começou a brotar.
Os dias foram incríveis! Aprendi que o silêncio pode ser um ótimo companheiro. A liberdade é bem diferente quando a gente escolhe por conta própria. Eu andava sem rumo, sem se preocupar com horários. Eu dançava, cantava e ria sempre que queria. A melhor parte? Almoçar em um restaurante bacana com uma taça de vinho, só eu comigo mesma.
Em vários momentos, lembrei de um filme que adoro: “Sob o Sol da Toscana”. A protagonista, uma mulher que se recupera de um divórcio, compra uma casa velha na Itália. Assim como eu, ela tenta reescrever sua história, tanto no papel quanto na vida real.
O que me fascina nesse filme é como ele mostra as inseguranças de um novo começo. Frances, a protagonista, não tinha todas as respostas. Na real, quase não tinha resposta nenhuma. Mas ela teve coragem de se lançar no que a vida trazia. E, em pouco tempo, tanto sua casa quanto ela foram se transformando. Tijolo por tijolo, o lugar e ela se reestruturavam.
Uma cena, em especial, me marcou: a amiga da Frances dança numa fonte, cheia de alegria, como se estivesse vivendo um filme de Fellini. Aquele momento era puro encantamento, uma celebração da vida. Naquele instante, eu também fui dançar numa fonte. E, pasme, não me senti deslocada. Era como se aquele gesto simbolizasse meu reencontro comigo mesma.
Ali percebi que o melhor do que dançar numa fonte é beber da fonte da vida. Essa viagem foi mais do que turismo; foi um mergulho profundo no meu ser. Um verdadeiro resgate. Fiquei sabendo, de uma forma quase chocante, que, muitas vezes, estamos mais sós rodeados de gente do que quando realmente estamos sozinhos.
Quando voltei, a mudança foi nítida. Ou talvez eu apenas tenha voltado mais completa. Compreendi que sentia falta de mim, e desde então, nunca mais deixei isso acontecer.
Então, quero deixar uma dica para você: não se perca de si mesmo a ponto de sentir saudade. É importante se reconectar e se redescobrir. Afinal, a vida é feita desses momentos de reencontro. Quando você se permite viver isso, a vida ganha outro sentido.
Tente reservar um tempo para você, sem distrações. Apenas você e seus pensamentos. Às vezes, tudo que precisamos é dar um tempo para nós mesmos. Isso pode fazer uma enorme diferença na sua vida.
Não é necessário sair de férias ou fazer uma grande viagem. Às vezes, uma caminhada no parque, um café sozinho ou um dia em casa sem fazer nada pode ser o suficiente. O importante é encontrar esse espaço só seu.
Olhe em volta e perceba o que realmente te traz alegria. Que atividades você gosta? Que músicas fazem seu coração vibrar? Que pessoas trazem boas energias? Essas respostas podem ser sua guia.
Se permita experimentar coisas novas, aquelas que você sempre quis fazer, mas nunca teve coragem. Dançar, pintar, escrever, cozinhar… O que você quiser! Não tenha medo de se arriscar. O importante é se reconectar com sua essência.
Lembre-se que essa jornada de autoconhecimento é contínua. Você pode se perder e se reencontrar várias vezes ao longo da vida. E tá tudo bem com isso. O importante é que cada experiência te faça crescer e evoluir.
Não tenha medo de sentir saudade de você, mas que essa saudade te impulsione a se redescobrir. É um processo lindo, cheio de aprendizados. Busque se compreender, se valorizar e, acima de tudo, se amar.
Por fim, cuide de si mesmo. Dedique um tempo do seu dia para olhar para dentro. Faça uma lista do que você gosta, do tipo de felicidade que busca. Isso pode te ajudar a ir além e descobrir ainda mais sobre quem você é.
O importante é que nunca esqueçamos da nossa essência. A vida é uma dança, e cada um tem seu próprio ritmo. Respeite o seu. Esteja presente, viva intensamente cada momento e faça valer cada instante.