Uma pesquisa recente feita pelo Instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira passada, mostra que 74% dos brasileiros estão pensando em deixar de comer carne por causa da saúde. Isso significa que três em cada quatro brasileiros estão avaliando essa possibilidade.
A pesquisa foi solicitada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) e ocorreu entre 9 e 11 de dezembro de 2024. Para isso, foram entrevistadas duas mil pessoas maiores de 16 anos em diferentes partes do país. Destas, 53% eram mulheres e 61% se identificaram como pretas ou pardas.
Além de se preocuparem com a saúde, 43% dos entrevistados também consideram o meio ambiente como um motivo importante para parar de comer carne. Outro dado interessante é que 42% disseram que parariam por causa do respeito aos animais.
A presidente da SVB, Mônica Buava, comenta que essa pesquisa mostra que as pessoas estão cada vez mais conscientes sobre como a alimentação afeta a saúde, o meio ambiente e a forma como tratamos os animais. Ela destaca que é positivo ver tantos brasileiros considerando a redução ou a eliminação do consumo de carne.
Em relação ao veganismo, apenas 7% dos entrevistados se consideram veganos, ou seja, pessoas que buscam evitar toda forma de exploração e crueldade contra os animais. Isso inclui não só a alimentação, mas também roupas e produtos feitos de origem animal.
O número de veganos está crescendo no mundo todo. No Brasil, a porcentagem é maior do que em muitos países da Europa, onde cerca de 3,4% da população se identifica como vegana. Porém, ficamos atrás de países como o Canadá, onde 10% da população é vegana, e a Índia, com 11%.
Analisando mais a fundo, a pesquisa revela que 22% das pessoas já tentaram parar de comer carne em algum momento, o que corresponde a uma em cada cinco pessoas. Esse número sobe para 28% entre as mulheres, mostrando que elas estão mais abertas a essa possibilidade.
Consultando por regiões, a maior quantidade de pessoas que se dizem veganas está na região Norte do Brasil, com 12%. Na sequência está o Nordeste, com 9%. O Sudeste vem a seguir, com 6%, e o Centro-Oeste com 5%. Por último, a região Sul tem a menor quantidade de veganos, com apenas 2%.
O estudo também revela que a adesão ao veganismo é três vezes maior entre os idosos. Das pessoas com 60 anos ou mais, 9% se dizem veganas, enquanto apenas 3% dos jovens entre 16 e 24 anos se identificam da mesma forma. Esse dado é curioso e mostra que a aceitação do veganismo pode crescer entre as gerações mais velhas.
Quando analisamos a pesquisa em relação à cor da pele, percebemos que 10% dos indígenas se consideram veganos, assim como 9% dos pretos. Já entre os pardos, o número caiu para 6%, enquanto que 5% dos amarelos e 4% dos brancos se identificam como veganos. Isso mostra uma diversidade nas escolhas alimentares entre as diferentes etnias no Brasil.
A adesão ao veganismo também está relacionada à classe social. A classe D apresenta 8% de veganos, enquanto a classe C tem 7%. Já entre a classe A/B, a figura é bem menor, com apenas 4% de veganos. Esses dados indicam que a escolha por uma alimentação sem produtos de origem animal não está restrita a apenas uma faixa econômica.
Essas informações trazem à tona um cenário interessante sobre como a alimentação está mudando no Brasil. A preocupação com a saúde, o meio ambiente e o respeito aos animais têm feito parte do cotidiano de muitas pessoas.
É importante lembrar que fazer uma mudança na alimentação não é algo simples e pode exigir planejamentos. Parar de comer carne pode impactar diversos aspectos da vida, desde a escolha dos alimentos até o estilo de vida. Muitas pessoas que decidem tomar essa atitude buscam alternativas e receitas que substituam as carnes, de forma que consigam manter uma alimentação saudável e saborosa.
Por outro lado, a popularidade dos produtos veganos tem aumentado. Cada vez mais supermercados e mercados oferecem opções que ajudam as pessoas a fazer essa transição. E, para quem não quer parar completamente com carne, algumas chegam a optarem por uma redução na quantidade, buscando um equilíbrio na dieta.
Com o avanço das tecnologias e das informações sobre nutrição, é mais fácil para a população entender os benefícios e desafios de uma alimentação sem carne. Muitas pessoas estão se informando mais sobre nutrição e buscando alternativas que atendam às suas necessidades.
Em suma, a pesquisa mostra que o número de pessoas que se preocupam com o que comem e suas consequências é bem maior do que há alguns anos atrás. É uma mudança que vai além do que está no prato, englobando questões éticas e ambientais que têm ganhado destaque na sociedade atual.
Agora, a pergunta que fica é: e você, já pensou em como a sua alimentação pode impactar a sua saúde e o meio ambiente? Você consideraria fazer mudanças no que come? A discussão sobre a alimentação está cada vez mais presente nas rodas de conversa, e é algo que merece ser refletido. Afinal, o que a gente come não impacta só a nossa saúde, mas também o mundo ao nosso redor. Que tal fazer essa auto reflexão e ver como pode contribuir para um mundo melhor?