Luto como Catalisador Espiritual
A dor do luto pode causar muito sofrimento na mente e no corpo, mas, às vezes, também pode ter um efeito positivo e transformador na alma. Se não fosse pela minha fé e pela conexão que mantive com meu filho e meu marido, talvez eu não conseguisse lidar com a dor de suas perdas. Acredito que existe algo maior do que nós, e isso me ajudou a seguir em frente, como explico em meu livro Quando o Luto Leva Tudo: Um Guia de Sobrevivência para a Perda Devastadora.
Segundo o filósofo francês Pierre Teilhard de Chardin, somos almas vivendo uma experiência humana. Se isso for verdade, não podemos separar nosso lado espiritual de nossa humanidade. Somos seres eternos, aqui para nos lembrar de quem realmente somos e ativar o que já está dentro de nós. Às vezes, as feridas profundas que sentimos podem se tornar uma porta de entrada para o mundo espiritual.
Uma Perda Traórica Pode Facilitar um Despertar Espiritual
Uma perda que muda a vida pode nos abrir a novas percepções sobre nossa experiência humana e o que pode vir depois. Como coach de luto holístico, vejo isso com muitos dos meus clientes. Alguns deles se sentem desencorajados a falar sobre o além e os sinais que acreditam ter recebido, muitas vezes porque amigos ou familiares acham que isso é ilusão causada pela dor intensa. Apesar disso, uma parte significativa das pessoas enlutadas acredita que recebeu alguma comunicação após a morte de um ente querido.
A natureza devastadora de uma perda pode realmente facilitar um tipo de despertar espiritual. Quem nunca passou por um luto profundo pode ver a espiritualidade como uma falsa esperança. Mas muitos preferem essa “falsa” esperança a viver em um desespero profundo. Não sabemos ao certo o que acontece após a morte, então é justo manter a mente aberta.
A Escuridão do Sofrimento Pode Levar à Luz?
A profundidade de um despertar espiritual pode depender da intensidade da dor e do sofrimento que você enfrentou. Há quem diga que almas mais velhas passam por mais sofrimento, mas que essa escuridão as leva à luz; que a dor não é uma punição, mas uma passagem; que precisamos da sombra para encontrar a luz.
Não tenho medo da morte, o que me traz uma certa liberdade. Uma terapeuta me contou que o medo da morte está por trás da maioria dos problemas que ela observa. Aqueles que perderam um filho ou tiveram experiências de quase-morte geralmente perdem o medo, desenvolvendo a crença de que a alma continua existindo após a vida. Se você acredita nisso, pode encontrar um pouco de paz nesse caminho difícil.
No entanto, para alinhar-se a essa crença, é importante aprender a encontrar nossos entes queridos onde eles estão agora, não onde estavam quando estavam vivos, o que pode ser desafiador.
Encontre-os Onde Eles Estão Agora
Posso dizer que meus entes queridos parecem muito diferentes para mim hoje. Sentir falta da presença física deles é doloroso, mas conectar-me com meu filho e meu marido, como são agora, é menos doloroso. O amor pode atravessar as barreiras. Porém, precisamos confiar que eles estão por perto, pois o peso do luto pode nos distanciar da conexão que tanto desejamos.
É importante elevar nossa vibração por meio da meditação, leitura, diários, podcasts espirituais e atendimentos mediúnicos. Acreditar que eles ainda existem e continuam presentes, mesmo que invisíveis, é uma mudança de perspectiva. Para alguns, essa mudança é mais fácil do que para outros, e perder o medo da morte pode ajudar a se conectar a uma frequência mais elevada.
Somos Seres Eternos
Dizem que quanto maior o amor, maior o luto, o que explica por que a perda de um filho é uma das dores mais intensas. Ficamos ligados a eles pelo amor e, possivelmente, eles permanecem mais próximos do que nunca. Em seu livro Beleza; O Abraço Invisível, John O’Donohue diz que os mortos não estão distantes ou ausentes. Quando perdemos alguém, perdemos sua presença física, mas eles continuam por perto.
A vida material é apenas um abrigo temporário para a alma, que continua existindo após a morte do corpo. Cientificamente, a energia não pode ser destruída, apenas transformada. Não existe morte; mesmo que não possamos ver nossos entes queridos, isso não significa que não estão presentes; nossa conexão permanece.
Sobre Quando o Luto Leva Tudo: Um Guia de Sobrevivência para a Perda Devastadora
Dois anos após a perda do meu querido filho, também perdi meu esposo e meu pai em um intervalo de três semanas durante a pandemia de Covid. Em Quando o Luto Leva Tudo, relato minha busca para entender o que aconteceu comigo e compartilho as histórias de seis mulheres inspiradoras que também enfrentaram grandes perdas. Ofereço orientações, ferramentas e recursos baseados na minha experiência como coach de luto holístico.
Biografia:
Sou Vanessa May, coach de luto holístico e educadora certificada na área. Também sou terapeuta nutricional, coach de bem-estar e coach de vida espiritual. Já escrevi outros dois livros: Amor Desatado: Como Viver Após a Morte do Seu Filho e Apoio ao Seu Cliente Enlutado: Um Guia para Praticantes de Bem-Estar.
Meu novo livro, Quando o Luto Leva Tudo: Um Guia de Sobrevivência para a Perda Devastadora, será lançado em 7 de outubro.
