Entrevista com Aaron Poochigian, autor de “Quatro Caminhadas em Central Park: Um Guia Poético do Parque”

    Aaron Poochigian é um poeta e tradutor reconhecido, que consegue unir o antigo e o moderno através de suas obras. Suas traduções de clássicos gregos e romanos se destacaram e suas poesias têm sido publicadas em revistas renomadas, como New Yorker, Poetry e The Times Literary Supplement. O seu novo livro, “Quatro Caminhadas em Central Park,” é uma volta ousada à poesia didática, que ensina enquanto encanta, ligando essa tradição antiga à vida moderna.

    Em “Quatro Caminhadas em Central Park,” Aaron mistura seu conhecimento clássico com experiências pessoais, criando uma obra que é ao mesmo tempo um guia e um caminho para a cura. O livro narra quatro passeios diferentes pelo Central Park, cada um focando em uma condição emocional: depressão, desilusão, exaustão e falta de criatividade.

    Tive a oportunidade de conversar com ele sobre seu livro inovador e sua jornada criativa. Confira a seguir a entrevista:

    1. O que te inspirou a escrever “Quatro Caminhadas em Central Park”?

    A minha forte conexão com o Central Park foi o que mais me motivou a escrever este livro. Apesar de ser extenso, o parque tem limites, tanto geográficos quanto no que pode oferecer. Essas limitações foram essenciais, pois permitiram que eu fizesse um livro que conseguisse explorar o parque de forma coesa. Se o parque fosse ainda maior, eu teria ficado perdido nas possibilidades e não conseguiria apresentar tudo de maneira clara.

    Outra razão para escrever o livro foi o desejo de criar minha própria versão de poesia didática. Poemas como “Phaenomena,” de Aratus, que ensina sobre constelações, e “Georgics,” de Vergil, que fala sobre agricultura, sempre me inspiraram. Eu gostaria de fazer algo similar, mas focado no Central Park.

    Eu queria também ampliar o que a poesia contemporânea pode fazer. Hoje, muitos pensam que poesia é apenas sobre sentimentos expressos de forma curta. Não temos poesia didática em inglês desde os anos 1700. Com “Quatro Caminhadas em Central Park,” queria mostrar que esse tipo de poesia está longe de estar ultrapassada e ainda é relevante. Usei a língua inglesa atual para que a leitura fosse acessível e rápida, e não um exercício de anacronismo.

    2. O livro é uma mistura de um tour e uma jornada de cura, onde cada caminhada aborda uma condição diferente. Como isso se relaciona com sua própria experiência?

    Em “Quatro Caminhadas em Central Park,” busquei criar uma literatura que fosse parte férias e parte exploração. A obra busca lidar com situações que vivi, como a depressão, que muitas vezes me impediu de aproveitar novas experiências, e a desilusão, que me fez perder a esperança. Trabalhei para provar a mim mesmo que existem experiências valiosas por aí.

    A exaustão criativa e a falta de inspiração eram outras questões que impactaram minha vida. Ao me permitir sentir as paisagens, sons e texturas do parque, pude revitalizar minha criatividade. As visitas diárias ao parque me trouxeram revelações, me ajudando a sair de um estado mental triste. “Quatro Caminhadas em Central Park” é um registro da minha recuperação, e espero que esse processo ressoe com os leitores que passem por experiências semelhantes.

    3. O livro tem muitas instruções para parar, olhar, escutar e refletir. Qual é a mensagem principal? Não é só sobre ser um turista, né?

    A mensagem central do livro é que fugas e brincadeiras infantis são o que nos reanimam. Sentir renovação vem de um movimento de voltar à infância e abraçar comportamentos mais lúdicos. Eu quis que “Quatro Caminhadas em Central Park” não apenas representasse, mas também desse vida a essa nova abordagem para o leitor.

    Após anos de trabalho como poeta, percebi que a criatividade não vem de regras, mas da liberdade de experimentar sem restrições. É olhar o mundo com a curiosidade de uma criança. O narrador do livro é como um guia turístico, mas ele não traz apenas dados, mas propõe uma jornada divertida e imaginativa pelo parque, semelhante ao mundo de Alice no País das Maravilhas. A figura da Alice aparece no livro como escultura no parque e também como personagem poética.

    4. Que impacto você deseja ter nos leitores que utilizam este livro para viver a experiência do parque?

    Eu sou fã da ideia de “regressão em função do ego,” que significa voltar à infância para cuidar da saúde mental. Desejo que o livro incentive o leitor a brincar de forma intencional, resgatando a inocência e a alegria. A poesia, assim como a literatura em geral, deve incentivar isso, e fiz desse tema um principal em “Quatro Caminhadas em Central Park.”

    Brincar é o que nos renova. É a maneira como fazemos conexões criativas e surpreendentes. O que quero é que os leitores saiam do livro com uma mentalidade livre, sem inibições, permitindo que suas ideias surjam de maneira divertida e inovadora.

    Claro, “Quatro Caminhadas em Central Park” busca ser uma ferramenta de transformação para os leitores, oferecendo um caminho de redescoberta e alegria, que todos deveriam ter a oportunidade de viver.

    Para mais informações sobre Aaron Poochigian e suas obras, você pode procurar mais sobre ele como poeta e tradutor.

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