Felicidade vs. Liberdade Total: 1% vs. 99% do Que Você É
Qual Caminho Você Escolheria?
Se você perguntar para a maioria das pessoas o que elas querem da vida, a resposta quase sempre é a mesma: “Eu só quero ser feliz.” A felicidade, de alguma forma, é vista como o objetivo final da vida. Para uns, isso significa ter saúde e viver bastante. Para outros, é ter um casamento estável, filhos saudáveis ou segurança financeira. Alguns a definem por meio de conquistas: uma carreira de sucesso, reconhecimento ou sucesso criativo.
Esses objetivos são importantes – eles oferecem motivação e estabilidade. Mas se a felicidade realmente é o fim da jornada, por que tanta gente que parece “ter tudo” admite se sentir vazia por dentro? Já conheci pessoas ricas, famosas e com status que confessaram, em particular, que algo ainda faltava.
Essa lacuna – essa sensação inexplicável de vazio – me acompanhou por décadas.
O Grito Silencioso
Mesmo com saúde, segurança e família, quase todo mundo tem uma voz interna que sussurra: “Quero me sentir amado, respeitado, seguro e que minha vida tem significado.”
Esse desejo é o que alimenta nossas obsessões modernas. Por isso, muitas pessoas postam fotos online e ficam conferindo compulsivamente por mais “curtidas” ou seguidores. Outras passam horas em aplicativos de relacionamento, esperando que a próxima pessoa traga o amor que tanto desejam. Algumas se jogam em livros de autoajuda, aplicativos de meditação ou cursos online, em busca da solução mágica.
Não há nada de errado com esses caminhos – fazem parte da vida hoje em dia. No fundo, todos estamos buscando a mesma coisa: a validação de nossa existência. Queremos saber, lá no fundo, que somos bons o suficiente e que importamos.
Aprendi, após anos de busca, que essa certeza não vem de outras pessoas, conquistas ou até mesmo de tentar ser nossa “melhor versão”. Ela deve vir de algo muito mais profundo.
A Caça Espiritual
Como muitos que buscam respostas, mergulhei na prática espiritual. Por mais de trinta anos, devorei livros, meditei todos os dias, participei de retiros e experimentei todos os caminhos que prometiam respostas. Ao longo do tempo, vivenciei momentos incríveis, muitas vezes me senti como se finalmente “tivesse chegado”.
Mas, não importava quão profundas fossem essas experiências, a dúvida sempre voltava. Velhas ansiedades surgiam novamente. A vontade de entender e de me sentir inteiro nunca saía. Era como se minhas conquistas fossem apenas visitas, nunca um lugar fixo em meu coração.
Eu queria mais do que alívio ocasional. Eu queria liberdade – não a liberdade que você lê em livros de autoajuda, mas a liberdade de me reinventar por completo. Queria me sentir leve, como um passarinho, sem o peso do medo ou a necessidade constante de validação.
Minha busca me levou ao Advaita (não-dualidade) e aos ensinamentos budistas. Professores como Ramana Maharshi e Nisargadatta Maharaj me impactaram profundamente com suas palavras: “Quem sou eu? Eu sou Isso. Você é Isso.” Esses ensinamentos são atemporais e bonitos, mas muitas vezes pareciam abstratos e distantes da vida cotidiana. Eles apontavam para algo incrível, mas raramente mostravam como incorporar essa sabedoria no dia a dia.
Minhas perguntas de longa data continuavam a me atormentar: “Por que eu nasci? Qual é o meu verdadeiro propósito?” Dentro de mim, havia um sussurro: “Você tem uma missão a cumprir.”
Perdendo a Fé na Busca
Com o tempo, fui me cansando do mercado espiritual. Havia livros e seminários apenas repetindo os mesmos temas: elimine pensamentos negativos, cultive a positividade, pratique a gratidão, viva no presente. Cada um tinha seu valor, mas nenhum atingia a raiz do meu anseio.
Era como se todos estivessem rearranjando os móveis na mesma sala pequena, enquanto ninguém me mostrava a porta de saída dessa prisão.
Quando reclamei para meu professor sobre a falta de progresso, ele me deu um conselho simples: “Siga o caminho tradicional. Observe a si mesmo constantemente, como o Buda ensinou.” Eu tentei. Por anos, tentei. Mas o objetivo nunca parecia se aproximar.
Então, de repente, algo aconteceu que mudou tudo.
Um Sonho Recorrente
Durante anos, tive um sonho estranho que voltava repetidamente. Nele, apenas vi palavras: “99% do seu ser” flutuando em um fundo de céu infinito. Sem explicação, sem contexto, apenas aquelas palavras.
Não conseguia entendê-las, mas não podia ignorá-las. A cada poucos meses, o sonho voltava. Meditei, contemplei e até rezei para compreender o significado daquelas palavras, mas nada surgiu. Por quase três anos, o mistério permaneceu selado.
Então, em uma manhã chuvosa, enquanto observava as gotas de chuva deslizarem pelo para-brisa do meu carro, uma repentina “conexão” me atingiu. Diferente de qualquer ensinamento que eu já havia lido ou praticado, essa percepção me alcançou no âmago. Meu corpo a sentiu antes que minha mente pudesse formular palavras.
O sonho apontava para uma verdade óbvia, mas frequentemente ignorada: a maior parte de nós vive apenas 1% do que somos. Esse 1% (geralmente chamado de ego) é o pequeno eu – definido por rótulos, medos, crenças e memórias. É um mundo de esforço constante e insatisfação. Nesse 1%, identificamo-nos com o corpo e a mente inquieta. Todos os dramas humanos – vitórias, desilusões, esperanças, desespero – ocorrem nessa área restrita. No máximo, tentamos embelezá-lo e chamá-lo de “felicidade”.
E então, existe o outro 99%.
O 99% é o núcleo vasto e luminoso do nosso ser – a própria Força Vital do Criador. É a mesma inteligência que faz a Terra girar enquanto orbita o sol, orienta as estrelas, faz flores brotarem, e coordena cada batida do coração. Santos e sábios ao longo da história acessaram essa verdade. Eles perceberam que o eu pessoal é uma ilusão, uma miragem gerada pela ignorância.Eles abraçaram o 99% como sua verdadeira identidade.
Naquela manhã chuvosa, soube com uma certeza inabalável: a única maneira de acabar com a profunda insegurança que assola a humanidade é lembrar e incorporar nosso 99%.
A Liberdade Chegou
Com essa percepção, a não-dualidade deixou de ser apenas uma filosofia – tornou-se uma verdade para ser vivida.
Senti uma conexão com grandes mestres como Maharshi, Maharaj, o Buda e até mesmo Jesus. Seus ensinamentos diziam todos a mesma coisa:
- Você não é seu corpo perecível.
- Você não é sua mente inquieta.
- Você não é nem mesmo o “espírito” como imagina.
- Você é o pulso do Criador – eterno, infinito e livre.
A sensação de alívio era indescritível. Pela primeira vez, me senti completamente livre – livre de conceitos que os humanos criaram, livre da prisão das identidades, até mesmo livre da necessidade de “buscar”.
Eu Precisei Escrever o Livro
Essa descoberta deixou uma coisa clara: o maior sofrimento da humanidade não é a pobreza, doença ou fracasso. É não saber quem realmente somos.
Buscamos felicidade no 1% – saúde, riqueza, status e sucesso passageiro – quando o que realmente almejamos é a libertação no 99%. Por isso, escrevi 99% do Seu Ser. A mensagem era urgente e grande demais para ficar só comigo.
No livro, descrevo um caminho simples, mas radical: desapegar da identidade do 1% e redescobrir a plenitude da nossa verdadeira natureza. Assim que tocamos o 99%, a vida muda. Desafios permanecem, mas não nos definem mais. A paz surge naturalmente, não como algo que se cultiva, mas como algo que aparece por si só.
A Leveza do Ser
Há um filme chamado A Insustentável Leveza do Ser. Seu título capta perfeitamente o que acontece quando você descarta o 1% e entra no 99%. O peso da separação, do medo e da luta desaparece. O que fica é a leveza – a leveza das nuvens fofas, das brisas suaves e dos raios de sol após a chuva.
Quando você vive do 99%, não precisa de validação. Não precisa de guru, professor especial ou mestre ascendido. Você já é completo e inteiro. Cada célula do seu corpo irradia a Força Vital do Criador. Compaixão, bondade e aceitação fluem naturalmente.
A Escolha Diante de Nós
Nosso tempo nesse planeta é curto, mesmo que o tempo em si seja uma ilusão. Por que gastar esse tempo agarrado a crenças que nunca trouxeram paz? Por que permanecer preso ao 1% quando a porta para a liberdade está sempre aberta?
Então, aqui está a escolha:
- Perseguir a felicidade no frágil 1% – saúde, riqueza, status e sucessos passageiros.
- Acordar para a libertação no 99% – liberdade de todas as crenças e identidades limitantes, vivendo como a própria expressão do Criador.
Qual você escolherá?
Sobre a Autora
Susanna Eun é doutora em medicina chinesa, nutricionista, curadora de energia, palestrante, autora e estudante/mestre espiritual. Com um doutorado em pesquisa em telecomunicações pela Michigan State University, trabalhou como analista do setor em Wall Street antes de se dedicar à cura. Ela acredita que seu objetivo na vida é aliviar a dor e o sofrimento em todas as suas formas – física, emocional e espiritual. Seu primeiro livro, A Semente de Cristo/Buda Dentro de Você, foi publicado em 2014. No tempo livre, gosta de dançar tango argentino, tocar piano e praticar yoga.
Essa jornada é um convite para todos que buscam se reconectar com a essência que estão destinando a esquecer e encontrar a verdadeira liberdade.