Quando a Meta anunciou o lançamento do Threads, a empresa despertou o interesse sobre o futuro das redes sociais descentralizadas. Esse conceito está em alta, com muitas discussões sobre como as plataformas descentralizadas podem mudar a maneira como nos conectamos online. Vamos entender melhor o que é isso.
### O que são redes sociais descentralizadas?
Redes sociais descentralizadas são aquelas que não dependem de um único servidor ou de uma empresa para funcionar. Elas operam em várias máquinas independentes, usando tecnologias como blockchain. Isso significa que, ao usar uma plataforma dessas, você pode se comunicar com pessoas de diferentes redes, sem precisar estar preso a um controle central.
Um termo importante aqui é “fediverse”, que é como um “universo federado”. É diferente do metaverso, que tem a ver com mundos virtuais conectados. No fediverse, as pessoas podem interagir entre várias redes sociais. Uma grande vantagem é que, como não existe esse controle central, os usuários têm mais autonomia e conseguem participar de comunidades.
As pessoas estão migrando para as redes descentralizadas por várias razões. Aqui estão alguns motivos que atraem essa mudança:
– Resistência à censura
– Controle sobre dados pessoais
– Maior privacidade e/ou anonimato
– Novas formas de monetização, como criptomoedas
– Propriedade de conteúdo
– Recompensas para usuários
– Transparência nas operações
### 6 plataformas de redes sociais descentralizadas para conhecer
Nos últimos anos, as redes sociais tradicionais passaram por grandes mudanças, o que parecia ter impulsionado o interesse por opções descentralizadas. Cada vez mais gente está aprendendo sobre o fediverse e se juntando a essas novas plataformas. Vamos dar uma olhada em algumas das principais redes sociais descentralizadas:
#### Mastodon
Fundada em 2016, a Mastodon é uma das maiores plataformas de microblogging open-source, com mais de três milhões de usuários. Assim como nas redes sociais convencionais, as pessoas podem compartilhar textos, GIFs, imagens e vídeos. A diferença é que tudo aparece em ordem cronológica e os usuários têm total controle do que veem.
#### Bluesky
Criada por Jack Dorsey, ex-CEO do Twitter, Bluesky rapidamente ganhou popularidade e já tem mais de 25 milhões de usuários. Essa rede utiliza o AT Protocol, que dá mais poder aos usuários sobre como seus dados são tratados. Também é possível criar listas de contas ou usar serviços de moderação para customizar o conteúdo que aparece em sua timeline.
#### Threads
Embora o Threads não seja totalmente descentralizado, a Meta pretende usar o ActivityPub, um protocolo descentralizado. Atualmente, é um app focado em texto, conectado ao Instagram. Em breve, os usuários poderão se comunicar com outras plataformas do fediverse, permitindo mais interações.
#### Steemit
Steemit começou em 2014 e é uma das plataformas mais antigas do setor. Ela funciona como um blog que utiliza sua própria blockchain e recompensa os usuários com a moeda STEEM. Assim, é possível ganhar moedas fazendo posts e interagindo com o conteúdo de outras pessoas.
#### Lens Protocol
Lançado em 2022, o Lens Protocol é uma rede aberta focada em criadores de conteúdo. Os usuários têm total controle sobre seus dados e perfis. Os handles da plataforma são criados como NFTs, que podem ser guardados em carteiras de criptomoedas. A comunidade já conta com mais de 100 mil usuários em fase de testes.
#### Hive Social
Fundada em 2019, a Hive Social já tem mais de 1,5 milhão de usuários desde novembro de 2022. É uma mistura de diferentes redes populares, oferecendo recursos como enquetes, postagens de imagens e personalização do perfil. Os usuários podem criar perfis sem anúncios e ainda ganhar recompensas para suas interações.
### Como as redes sociais descentralizadas podem impactar os profissionais de marketing?
As plataformas descentralizadas têm como foco principal dar mais autonomia aos usuários, o que faz com que as marcas precisem adaptar suas estratégias de marketing. Vamos explorar algumas das possíveis consequências dessa mudança.
#### Novas formas de monetização
As marcas precisarão se familiarizar com novas maneiras de monetizar suas atividades. O uso de moedas digitais se tornará essencial para garantir a conexão com os clientes e a lealdade deles. Isso pode exigir que as empresas invistam em iniciativas com criptomoedas para gerar mais engajamento.
#### Ênfase em estratégias orgânicas e voltadas para a comunidade
As novas regras da publicidade e a redução de anúncios tradicionais vão exigir uma mudança na forma de marketing. As marcas podem ver um aumento nas estratégias orgânicas, que podem trazer um retorno melhor que as campanhas pagas. A interação com a comunidade deve ser o foco principal.
Conforme mencionado em um debate sobre as redes sociais descentralizadas, a estratégia centrada na comunidade é essencial. Isso vai fazer com que os profissionais possam se concentrar em criar conteúdos de qualidade, que ressoem com seus públicos e que consigam se espalhar entre as plataformas descentralizadas.
#### Planos de comunicação mais robustos
O fato de que as redes descentralizadas resistem à censura pode facilitar a propagação de informações falsas. As marcas precisam estar preparadas para isso, criando planos de comunicação que previnam e gerenciem crises relacionadas à desinformação. A proatividade será chave para manter a reputação.
### O futuro das redes sociais descentralizadas
Por mais que as redes sociais descentralizadas sejam bem diferentes das tradicionais, o desejo humano de conexão continua o mesmo. Assim como em outras inovações, os profissionais de marketing vão se adaptar para fortalecer suas relações e suas marcas. É preciso ficar ligado nas tendências do futuro das redes sociais para moldar sua comunidade.
Assim, é essencial acompanhar essas mudanças e entender como as plataformas descentralizadas podem redefinir a forma como interagimos e como as marcas se comunicam. Ao adaptar-se às novas dinâmicas, será possível aproveitar ao máximo as oportunidades desse novo cenário.
