A apneia do sono é um distúrbio que afeta milhões de pessoas e está frequentemente associada a diversos problemas de saúde, alguns deles bastante graves.

    Caracterizada pela interrupção temporária da respiração durante o sono, a apneia impede o fluxo de oxigênio para o cérebro e outros órgãos, resultando em uma série de consequências para a saúde e a qualidade de vida.

    Embora o ronco seja o sinal mais comum, a apneia do sono vai muito além de um simples incômodo noturno.

    Neste artigo, exploraremos as razões pelas quais a apneia do sono é perigosa, os sinais de alerta e a importância de buscar um diagnóstico adequado para evitar complicações.

    1. O Que é Apneia do Sono?

    A apneia do sono é um distúrbio em que a respiração é interrompida repetidamente enquanto o paciente dorme.

    Essas interrupções podem durar de alguns segundos até mais de um minuto e podem ocorrer dezenas ou até centenas de vezes por noite.

    Como resultado, o oxigênio não é entregue adequadamente aos órgãos, causando microdespertares ao longo da noite.

    Existem três tipos principais de apneia do sono:

    • Apneia Obstrutiva do Sono (AOS): é a forma mais comum e ocorre quando os músculos da garganta relaxam e bloqueiam parcialmente as vias aéreas.
    • Apneia Central do Sono: ocorre quando o cérebro não envia os sinais corretos para os músculos que controlam a respiração.
    • Apneia Complexa (Mista): uma combinação das formas obstrutiva e central.

    2. Por Que a Apneia do Sono É Perigosa?

    A apneia do sono é perigosa por vários motivos, sendo que suas consequências vão além do impacto na qualidade do sono. Abaixo, listamos alguns dos principais riscos:

    a) Hipertensão e Problemas Cardiovasculares

    A apneia do sono faz com que o nível de oxigênio no sangue diminua repetidamente, o que força o sistema cardiovascular a compensar essa falta de oxigênio.

    Essa sobrecarga sobre o coração aumenta o risco de hipertensão e outras doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e arritmias.

    Pessoas com apneia do sono têm risco aumentado de desenvolver pressão alta, um fator que contribui para complicações cardíacas e vasculares.

    b) Risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral)

    A apneia do sono está diretamente ligada a um risco elevado de AVC. Durante os episódios de apneia, a circulação sanguínea é prejudicada, e a privação de oxigênio pode aumentar a pressão sobre o cérebro e o sistema circulatório, resultando em um risco maior de derrame.

    A combinação de hipertensão e apneia do sono é especialmente perigosa para a saúde cerebral.

    c) Diabetes Tipo 2 e Resistência à Insulina

    A privação do sono e a fragmentação do sono causadas pela apneia podem prejudicar a produção de insulina e o metabolismo da glicose.

    Estudos mostram que pessoas com apneia do sono têm maior probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2, pois a resistência à insulina aumenta com a falta de sono reparador. Essa relação entre apneia e diabetes torna ainda mais importante o diagnóstico precoce.

    d) Impacto na Saúde Mental

    A apneia do sono está associada a sintomas de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental.

    A falta de sono contínuo afeta o equilíbrio hormonal e pode intensificar o estresse, a irritabilidade e o cansaço mental.

    Com o tempo, a apneia do sono pode levar à deterioração da saúde mental e dificultar o desempenho em atividades diárias, influenciando diretamente o bem-estar emocional do paciente.

    e) Risco Aumentado de Acidentes

    A sonolência diurna é um sintoma comum da apneia do sono e um fator de risco significativo para acidentes, especialmente ao volante ou em atividades que demandam atenção.

    Pessoas com apneia do sono têm maiores chances de se envolver em acidentes devido ao cansaço e à falta de atenção, o que representa um perigo para elas e para os demais.

    3. Sinais de Apneia do Sono: Como Identificar?

    Reconhecer os sinais da apneia do sono é o primeiro passo para buscar ajuda médica. Aqui estão alguns dos sinais mais comuns que podem indicar a presença de apneia:

    a) Ronco Alto e Frequente

    O ronco é um dos sintomas mais comuns de apneia do sono, especialmente quando é alto e constante.

    O ronco pode ser um sinal de que as vias respiratórias estão parcialmente obstruídas. Embora nem todas as pessoas que roncam tenham apneia do sono, a associação entre ambos é comum, especialmente quando o ronco é interrompido por pausas e engasgos.

    b) Despertares Noturnos com Sensação de Sufocamento

    Pessoas com apneia frequentemente acordam durante a noite com sensação de falta de ar ou sufocamento.

    Esses despertares ocorrem porque a interrupção da respiração ativa uma resposta de “alerta” no corpo, fazendo com que o paciente acorde momentaneamente para restaurar a respiração.

    c) Sonolência Excessiva Durante o Dia

    A fragmentação do sono faz com que o paciente não alcance os estágios profundos e restauradores do sono.

    Como resultado, é comum sentir-se cansado e sonolento durante o dia, mesmo após uma noite de sono aparentemente completa. Essa sonolência pode afetar a produtividade e aumentar o risco de acidentes.

    d) Dores de Cabeça ao Acordar

    As dores de cabeça matinais são um sintoma comum da apneia do sono e ocorrem devido à falta de oxigênio e ao aumento da pressão arterial durante a noite.

    Se as dores de cabeça ao acordar são frequentes e vêm acompanhadas de outros sinais de apneia, é um bom indicativo de que o distúrbio do sono pode estar presente.

    e) Dificuldade de Concentração e Memória

    A privação de sono afeta o funcionamento cerebral, resultando em dificuldades de memória, concentração e clareza mental.

    Esse sintoma é comum em pessoas com apneia do sono, já que o cérebro não consegue descansar e processar as informações adequadamente sem uma noite completa de sono profundo.

    4. Como Diagnosticar a Apneia do Sono?

    Se você apresenta alguns dos sinais mencionados, é fundamental buscar uma avaliação médica. O diagnóstico da apneia do sono é feito por meio de exames específicos, sendo o mais comum a polissonografia em SP.

    Esse exame monitora a atividade respiratória, os batimentos cardíacos e outros parâmetros durante o sono, ajudando a identificar interrupções e oscilações na respiração.

    • Polissonografia em laboratório: realizada em clínicas especializadas, onde o paciente dorme com sensores que registram todas as atividades durante o sono.
    • Polissonografia domiciliar: uma opção mais prática, que permite ao paciente realizar o exame em casa com equipamentos portáteis que coletam dados relevantes.

    A polissonografia é o método mais confiável para diagnosticar a apneia do sono, permitindo que o médico defina a gravidade do distúrbio e o tratamento mais adequado.

    5. Tratamentos para Apneia do Sono

    O tratamento para apneia do sono depende da gravidade do distúrbio e das necessidades individuais do paciente. Algumas opções incluem:

    • CPAP (Continuous Positive Airway Pressure): um dispositivo que mantém as vias aéreas abertas com uma pressão contínua de ar. Você pode fazer o Cpap Aluguel em SP antes de comprar um equipamento, para ver se adapta à sua rotina.-
    • Dispositivos de avanço mandibular: ajudam a manter as vias aéreas abertas ao posicionar a mandíbula de forma que facilite a respiração.
    • Mudanças no estilo de vida: como perder peso, evitar álcool e sedativos, e tentar dormir de lado.
    • Cirurgias: em casos graves, procedimentos cirúrgicos podem ser recomendados para remover obstruções nas vias aéreas.

    Conclusão

    A apneia do sono é um distúrbio perigoso que pode comprometer a saúde física e mental, além de impactar significativamente a qualidade de vida. Identificar os sinais de alerta, como ronco alto, despertares noturnos e sonolência diurna, é essencial para buscar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

    Com exames especializados, como a polissonografia, é possível entender a gravidade da apneia e escolher a melhor abordagem para um sono restaurador e uma vida mais saudável.

    Se você ou alguém que conhece apresenta esses sintomas, procurar ajuda médica é um passo essencial para prevenir as complicações associadas à apneia do sono.

    Giselle Wagner é formada em jornalismo pela Universidade Santa Úrsula. Trabalhou como estagiária na rádio Rio de Janeiro. Depois, foi editora chefe do Notícia da Manhã, onde cobria assuntos voltados à política brasileira