Quem estuda Língua Portuguesa para concursos públicos, em algum momento da jornada, vai se deparar com os tipos de redação técnica. Esse grupo de gêneros textuais também pode fazer parte do dia a dia de estudantes do ensino médio ou da faculdade, por isso é tão importante conhecê-lo. 

    A área de redação técnica tem como base o Manual de Redação da Presidência da República. Esse documento reúne as regras que precisam ser seguidas para a escrita de comunicações oficiais. 

    Neste artigo, você vai obter uma explicação resumida sobre o que é redação técnica, quais são os principais tipos e dicas de como escrever textos oficiais corretamente. 

    O que é redação técnica?

    Redação técnica, ou redação oficial, é um conjunto de gêneros textuais que engloba documentos oficiais. Esses itens possuem objetivos específicos, como informar, solicitar, registrar ou esclarecer. 

    Em uma única frase, a redação técnica pode ser definida como a forma do Poder Público escrever comunicações oficiais, atos normativos e correspondências. O seu papel é comunicar com máxima clareza e objetividade. 

    Um texto técnico geralmente apresenta quatro características fundamentais:

    • Impessoalidade: texto sem posicionamento ou opinião;
    • Formalidade: padronização;
    • Concisão: conseguir dizer muito com poucas palavras;
    • Nível de linguagem: uso da norma culta da língua, com atenção especial ao emprego dos pronomes corretos.

    Principais tipos de redação técnica

    Procuração

    A procuração simples é um instrumento que concede poderes a outro indivíduo em seu nome. Portanto, o texto inclui informações sobre o outorgante (quem concede poderes) e outorgado (quem recebe os poderes).

    Ata

    É um tipo de registro documentado por escrito, que serve para documentar as discussões e decisões tomadas em um determinado evento, como reunião ou assembleia. 

    Relatório

    Consiste em um histórico ou relato sobre um assunto específico. Logo, o texto se concentra nas atividades realizadas e nos resultados atingidos. 

    Contrato

    O documento estabelece uma relação jurídica entre duas ou mais partes. Dessa forma, um contrato pode ser firmado em diferentes situações, como o aluguel de uma casa ou mesmo um contrato de trabalho. 

    Currículo

    Quem busca uma vaga de emprego tem familiaridade com esse gênero textual. O currículo reúne informações sobre a vida profissional de uma pessoa, bem como detalhes sobre a formação e competências. 

    Requerimento

    Como o próprio nome já diz, o requerimento é um processo formal de solicitar algo que pareça legal ao requerente. Esse tipo de documento também é conhecido como petição. 

    Ordem de serviço

    Esse documento formal tem a finalidade de descrever o trabalho realizado para um cliente.

    Declaração

    Uma declaração é redigida com o objetivo de fazer uma afirmação ou comprovação. No dia a dia, nos deparamos com várias versões desse documento, como declaração de imposto de renda, declaração de trabalho e declaração de matrícula.  

    Parecer

    É um texto oficial, escrito por um especialista em uma determinada área, que explica e interpreta informações. Em outras palavras, o parecer fornece subsídios que  justificam a tomada de uma decisão. 

    Ofício

    O ofício é um tipo de correspondência oficial, elaborado para notificar, solicitar ou reivindicar alguma coisa. Essa forma de comunicação é muito comum entre as autoridades. 

    Memorando

    Esse documento é muito utilizado por empresas e órgãos públicos para realizar a comunicação entre os departamentos. 

    Atestado

    O atestado é responsável por afirmar uma verdade, por isso o seu texto deve ser claro e preciso. Portanto, não deve existir margem para dupla interpretação. 

    Circular

    O documento possui uma informação de circulação interna, um tipo de aviso. Sendo assim, a mesma mensagem vai chegar a vários destinatários. 

    Carta Comercial

    É um tipo de documento muito utilizado pelas empresas para estabelecer comunicação com outras empresas ou mesmo com clientes. O texto pode, por exemplo, relatar uma reclamação ou comunicar uma oferta. 

    Dicas de como fazer redação técnica

    1 – Escreva com clareza

    Na hora de escrever um texto oficial, lembre-se de evitar estrangeirismos, linguagem rebuscada e neologismos. Logo, para tornar a linguagem clara, tenha o cuidado de escrever períodos curtos, sempre em ordem direta para facilitar a compreensão do leitor e não errar na pontuação. 

    Para não gerar confusão na leitura, tenha o cuidado de manter o mesmo tempo e modo verbal nas sequências de informações. 

    2 – Mantenha a formalidade

    Quem tem o hábito de estudar língua portuguesa adquire mais afinidade com a norma culta do idioma. Isso aumenta o vocabulário e reduz a presença de erros ortográficos dentro de um texto. Além disso, é uma forma de se blindar de ambiguidades, uso de termos chulos e gírias, que são imperdoáveis em textos oficiais. 

    Outro ponto importante é o emprego dos pronomes de tratamento corretamente.

    3 – Seja objetivo

    Ao escrever uma redação oficial, vá direito ao ponto. Destaque a ideia principal no texto e só apresente ideias secundárias em caso de extrema necessidade.

    Algumas expressões, muito utilizadas em documentos oficiais, ferem o princípio da concisão e da objetividade. A expressão “Venho por meio deste informar que” é um bom exemplo do problema.

    4 – Leia documentos oficiais

    Antes de redigir um documento oficial, procure um exemplo pronto na internet. Faça a leitura do mesmo para ter uma noção da estrutura antes de escrever.

    5 – Exercite a escrita

    Treine a escrita de documentos oficiais diariamente, considerando não só as suas necessidades, mas também de amigos e familiares. Assim, você vai se tornar um expert nesse tipo de texto. 

    Conclusão

    Por fim, antes de escrever um dos tipos de redação técnica, tenha o cuidado de verificar se já existe uma estrutura padronizada pela empresa ou órgão público. Assim, você reduz as suas chances de cometer erros.

    Giselle Wagner é formada em jornalismo pela Universidade Santa Úrsula. Trabalhou como estagiária na rádio Rio de Janeiro. Depois, foi editora chefe do Notícia da Manhã, onde cobria assuntos voltados à política brasileira